25.3.08

NO AMOR E NA COZINHA HÁ DE SE COMER SEMPRE!

No amor e na cozinha há de se comer sempre com os olhos, passear a língua sobre os lábios e engolir todos os líquidos da gula.
Deve-se elevar a imaginação a céus nunca dantes navegados e cobiçar com a intensidade dos avarentos. Não se deve poupar um milímetro do fio do desejo, nem o guardar para olhares futuros. 
O olhar da gula não tolera poupanças e é sempre perdulário.
Texto extraído do livro, Amor se Faz na Cozinha, publicado pela Editora Bertrand.

18.3.08

MANUAL DE CIVILIDADE PARA MENINAS BURGUESAS

1. Não diga: "Minha buceta."
Diga: "Meu coração."

2. Não diga: "Estou com vontade de foder."
Diga: "Estou nervosa."

3. Não diga: "Acabo de gozar como uma louca."
Diga: "Sinto-me um pouco fatigada."

4. Não diga: "Vou masturbar-me."
Diga: "Vou voltar."

5. Não diga: "Quando eu tiver pentelho no cu."
Diga: "Quando eu for grande.”

6. Não diga: "Eu prefiro a língua ao pau."
Diga: "Só gosto de prazeres delicados."

7. Não diga: "Entre as refeições só bebo porra."
Diga: "Sigo uma dieta especial."

8. Não diga: "Tenho doze consolos em minha gaveta.”
Diga: "Nunca me entendio quando estou só."

9. Não diga: "Os romances honestos me chateiam."
Diga: "Eu gostaria de ter algo interessante para ler."

10. Não diga: "Quando se lhe mostra uma pica, ela se zanga."
Diga: "É uma original."

11. Não diga: “É uma menina que se masturba até quase morrer”.
Diga: "É uma sentimental."

12. Não diga: "É a maior puta da terra."
Diga: "É a melhor menina do mundo."

13. Não diga: "Ela deixa-se enrabar por todos aqueles que a masturbam."
Diga: "Ela flerta um pouco.”

14. Não diga: "Ela é uma lésbica raivosa."
Diga: "Ela não flerta de jeito nenhum."

15. Não diga: “Eu a vi ser fodida pelos dois buracos."
Diga: é uma eclética!

Do manual de civilidade destinado às meninas para uso nas escolas de Pierre Louis.
Escrita em 1917, esta obra teve sua primeira publicação em 1927, dois anos após a morte do autor. 
Trata-se de uma paródia dos rigorosos e moralistas manuais de educação e boas maneiras utilizadas na Belle Époque. 
Esta obra é um contundente ataque desferido contra as regras vigentes do puritanismo burguês.